Povoado Sítio do Mocó: porta de entrada do Parque Nacional Serra da Capivara

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Aos pés do Parque Nacional Serra da Capivara e a apenas 5 km do Museu da Natureza, conheça o povoado Sítio do Mocó, no sertão piauiense

Apesar da grande importância das descobertas encontradas nessa região, pouco se fala das atrações do sertão do Piauí. Há alguns anos, um seleto grupo de pesquisadores e turistas são atraídos para conhecer as belezas e os mistérios da região da Serra da Capivara.

Entre os vales e os imensos paredões rochosos, o Sítio do Mocó é um pequeno povoado que pertence ao atual município de Coronel José Dias, um dos 13 distritos de São Raimundo Nonato que foi recentemente desmembrado.

O povoado é o ponto de apoio mais perto da entrada do Parque Nacional Serra da Capivara e da Pedra Furada, um dos pontos turísticos emblemáticos do sertão piauiense. É também na Pedra Furada onde acontece eventos icônicos como a Ópera da Serra da Capivara, um espetáculo de música e projeções que mostra a história dos habitantes que viveram nessa parte do Piauí.

São cerca de 70 famílias vivendo aos pés da Serra Talhada, com vista para as montanhas de rocha acinzentadas cobertas pela caatinga. Durante a época das chuvas, a vegetação seca dá espaço para uma mata verde carregada, reunindo diversas espécies de pássaros, transmutando a paisagem local em um jardim florido, com árvores carregadas, cactos e rochas de diferentes formas.

As formações geológicas intactas mostram a passagem do tempo e do homem por essa região. Antes o clima tropical úmido, similar ao da Mata Atlântica, era propício para a existência de animais pré-históricos de grande porte, chamados de megafauna.

Formações rochosas do Parque Nacional da Serra da Capivara. Foto: Gustavo Albano

Espécies improváveis como o tigre dentes-de-sabre, a preguiça gigante e o colossal mastodonte, uma espécie de mamute extinto há cerca de 11 mil anos, viviam livremente por essas regiões prósperas do atual nordeste brasileiro.

Fósseis pré-históricos encontrados na região da Serra da Capivara estão expostos no Museu do Homem Americano, em São Raimundo Nonato e no Museu da Natureza, dentro do Parque Nacional da Serra da Capivara. Essas descobertas, além das mais de 30 mil pinturas rupestres preservadas e expostas para visitação, comprovam a grande riqueza arqueológica encontrada nessa parte do Piauí, considerado a região com a maior concentração de pinturas rupestres do mundo.

Pela grande quantidade de fósseis, pinturas e relíquias, é possível afirmar que as civilizações que viveram nessa região em tempos remotos, já eram formadas por grandes comunidades que conviviam de forma coletiva, um pouco parecido com a sociedade que conhecemos hoje.

Vista aérea do Sítio do Mocó, Serra da Capivara. Foto: Gustavo Albano
Serra da Capivara: mirantes da caatinga piauiense. Foto: Gustavo Albano

O mistério das pinturas


Nas pinturas podemos ver registros de caça em grupo, homens brincando, pessoas enfileiradas umas em cima das outras, cenas de rituais, sexo e tantas outras manifestações podem nos garantir que há mais de 10 mil anos o homem já tem um tipo curioso e único de inteligência e convivo em grupo.

Não se sabe ao certo qual era a finalidade das pinturas na época. Alguns creem que era para registrar o cotidiano das comunidades, outros acreditam que era uma forma de passar conhecimento para as próximas gerações, mostrando formas de caçar alguns animais, danças, rituais em grupo e tantas outras atividades.

Pinturas rupestres encontradas próximo ao Sítio do Mocó. Foto: Gustavo Albano
As pinturas mostram o cotidiano dos povos pré-históricos. Foto: Gustavo Albano
São mais de mil pinturas rupestres na região do Parque. Foto: Gustavo Albano
Uma das pinturas mais conhecidas e marca registrada do Parque. Foto: Gustavo Albano
Dezenas de sítios arqueológicos estão abertos para visitas guiadas. Foto: Gustavo Albano

Primeiras descobertas


Tudo começou no início dos anos 70, quando um grupo de arqueólogos comandado pela pesquisadora Niède Guidon, iniciavam buscas sobre vestígios de homens pré-históricos nessa região, após o prefeito da época levar algumas fotografias de pinturas rupestres encontradas no local.

Em 1978, já com o apoio da França, iniciaram missões acadêmicas para reconhecimento e estudo da região. Com o passar do tempo, a parceria se consolidou em uma união entre as duas nações, depois de décadas de pesquisa em conjunto, nos últimos anos acontece a Mission Archéologique du Piauí, reunindo instituições francesas e universidades de todo o Brasil para vivências em campo e escavações arqueológicas.

Crânio Zuzu datado em mais de 9 mil anos de idade. Foto: Gustavo Albano
Crânio Zuzu exposto no Museu do Homem Americano. Foto: Gustavo Albano
Projétil encontrado em uma das escavações, provavelmente utilizado para caça. Foto: Gustavo Albano
Lâminas pré-históricas expostas no Museu do Homem Americano. Foto: Gustavo Albano
Ossadas humanas encontradas no Parque Serra da Capivara. Foto: Gustavo Albano

Onde ficar no Sítio do Mocó?


No Sítio do Mocó há o Camping Pedra Furada, a menos de 200 metros da igreja principal. Os visitantes podem se acomodar em quartos privativos ou acampados em barracas ou motorhome. O camping tem estrutura simples, mas oferece todas as comodidades necessárias para uma hospedagem. O local oferece Wi-Fi, cozinha coletiva, café da manhã e uma área espaçosa para receber grupos maiores.

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