O que conhecer no sul do Chile: montanhas, lagoas e glaciares da Patagônia

Atualizada em:

Está nos seus planos viajar para o sul do Chile? Nossos colunistas embarcaram em uma viagem para conhecer o inverno da Patagônia chilena e contam um pouco do que viram no país

A região sul do Chile, conhecida também como Zona Austral, guarda cenários intocáveis para quem deseja conhecer as belezas do país. Viajando para além de Santiago e dos destinos mais tradicionais da região norte, do outro lado do território chileno é possível encontrar montanhas, lagoas, florestas, fiordes, canais navegáveis e glaciares com milhões de anos.

Nessa parte do Chile você encontra cenários extremamente preservados como na Era do Gelo, pode tocar nos tempanos (como são chamados os icebergs) ou mesmo beber um drink com uma pedra de gelo milenar. Essa também é a porta de entrada para quem visita as bases militares da Antártica e Polo Sul, além de ser um paraíso para viajantes e exploradores que adoram lugares inabitáveis.

Quando falamos sobre o Chile, é impossível não se lembrar da Cordilheira dos Andes, uma imensa muralha natural formada por uma cadeia de montanhas. Essa formação rodeia boa parte da América do Sul, passando por todo o Chile. Mas, aparentemente, é com a baixa temperatura na Patagônia que a paisagem se torna ainda mais majestosa. Com pouquíssima influência humana, esses cenários se transformaram em reduto de aventureiros, exploradores e montanhistas do mundo todo, que encontraram nesses montes nevados um bioma extremamente rico, escondido entre paisagens que estampam cartões postais mundo afora.

Foto: Gustavo Albano
Foto: Gustavo Albano

Em parceria com a Chile Travel, nossos colunistas do Viajar Melhor viajaram para o extremo sul das Américas para conhecer de perto os pontos imperdíveis da Província de Magalhães e Antártica Chilena, a última das dezesseis regiões do país. Sonha em conhecer a Patagônia? Confira algumas dicas sobre o que conhecer no sul do Chile e veja como foi essa viagem:

Puerto Natales


A cidade chilena de Puerto Natales faz parte do roteiro conhecido como Ruta del Fin de Mundo, uma rota emblemático da Patagônia que passa por cidades do Chile e da Argentina. Natales está localizada nas margens do canal de Última Esperança, cercada por montanhas e grandes montes, a cidade serve como base para boa parte dos viajantes que desejam conhecer os glaciares da região sul e o Parque Nacional Torres del Paine. A cidade tem uma área urbana relativamente pequena e clima de “cidade do fim do mundo”, mas muito bem estruturada para receber turistas, com boa infraestrutura de pousadas e restaurantes especializados em frutos do mar da Patagônia e cozinha internacional. Mesmo sem sair da cidade, já tem como ter uma noção do tamanho das montanhas dessa parte do Chile: elas são lindas e estão por todos os lados!

Foto: Gustavo Albano

Por ser uma cidade portuária, diferentes embarcações partem da cidade para fazer viagens de barco pela Patagônia, algumas apenas para passeios de um dia e outras embarcadas para viagens mais longas, levando turistas e moradores para outras cidades. A Navimag e a Austral Broom são as duas principais empresas que fazem esses trajetos distantes, onde os passageiros dormem embarcados, viajando durante dias entre os fiordes da Patagônia (imperdível para quem tiver um tempo a mais).

Para quem deseja fazer os passeios de um dia e conhecer de perto um dos glaciares, o receptivo Turismo 21 de Mayo oferece excursões com saídas frequentes. Os horários podem intercalar conforme o período do ano, então o mais recomendado é verificar o horário exato assim que chegar em Puerto Natales.

Foto: Gustavo Albano

Navegação canal de Última Esperança


A navegação pelo canal de Última Esperança (Ultima Esperanza), é um dos passeios mais esperados para quem visita Puerto Natales. O roteiro tem início no cais principal da cidade e segue a bordo de barcos em estilo catamarã, equipados para suportar as baixas temperaturas da Patagônia e navegar com segurança. O lado interno do barco é totalmente climatizado, com poltronas confortáveis e mesas de apoio, janelas panorâmicas e uma lanchonete vendendo lanches, café, chocolate quente, chá e guloseimas durante toda a viagem. Na parte externa, o vento forte e o frio desafia os corajosos que se arriscam para garantir algumas fotos do lado externo do barco ou apenas para sentir um pouco a sensação desse frio gelado no rosto.

Foto: Gustavo Albano

Essas navegações têm como destino uma visita aos glaciares Balmaceda e Serrano, o passeio dura o dia todo, com parada para almoço em uma estância na beira do canal. Essa é uma oportunidade de conhecer os pratos típicos da Patagônia, como o cordeiro chileno e a centolla, uma espécie de caranguejo ártico de tamanho colossal, maior que uma panela de pressão. O inverno estava apenas no começo, mas já dava para presenciar algumas lagoas pequenas congeladas e muita neve por todos os lados.

Foto: Gustavo Albano
Foto: Gustavo Albano
Foto: Gustavo Albano

Durante a navegação, além das belíssimas montanhas que cercam os dois lados do canal, é possível encontrar alguns animais típicos da Patagônia. Os mais comuns são os golfinhos de magalhães e os leões marinhos que parecem posar para as fotos, além deles, uma infinidade de aves e pássaros sempre estão “pescando” pelas ilhotas e costões.

Foto: Gustavo Albano
Foto: Gustavo Albano

Parque Nacional Torres del Paine


O Parque Nacional Torres del Paine é provavelmente o ponto turístico mais conhecido da região sul chilena. Toda a imensidão da Patagônia pode ser descoberta nos mais de 1.800 km² que fazem parte do território do parque, uma reserva natural com o objetivo de preservar esse bioma único. As atividades mais procuradas pelos turistas são os circuitos de trekking que funcionam durante as estações mais quentes (circuito O e circuito W), roteiros prontos para quem deseja desbravar Torres del Paine caminhando durante dias, (essa atividade exige excelentes condições físicas).

Foto: Gustavo Albano

Se esse não faz muito o seu perfil, saiba que também há outras formas de aproveitar as belezas desse parque natural chileno. Alguns hotéis oferecem acomodações extremamente equipadas, localizadas dentro do parque, em pontos estratégicos e com vistas surreais. Falamos nesse outro artigo como é dormir aos pés do Lago Grey. Quer ter essa experiência? Veja essa e algumas outras opções de hotéis dentro do Parque Nacional Torres del Paine: reserve aqui.

Foto: Gustavo Albano

Lago Grey


O Lago Grey é, assim como todos os outros lagos da Patagônia, formado por um processo de degelo de glaciares que já duram milhares de anos. Andando próximo ao lago é possível entender de perto como funciona todo esse ecossistema. No meio da água, alguns tempanos repousam depois de despencar do Glaciar Grey. Aos poucos, com a pequena correnteza formada pelo vento, esses blocos de gelo seguem em direção às margens.

Foto: Gustavo Albano

Na paisagem em volta, montanhas imensas contornam boa parte do lago e já é possível ver o topo do maciço Paine, com mais de 3.000 metros de altura, e ao fundo, uma parte do Glaciar Grey aparece entre a montanha. Os glaciares são muito comuns nessa parte da América do Sul e é formado por um conjunto de gelo compactado durante milhares de anos.

Foto: Gustavo Albano

Na borda do lago é possível encontrar pedaços de tempanos em sua última etapa sólida, poucas semanas antes de se descongelar por completo. O som dos estilhaços de gelo batendo nas pedras do chão, assemelham-se com chocalhos de cristais, batendo em ritmo sistemático conforme as pequenas ondas avançam.

Foto: Gustavo Albano

Cueva del Milodón


A temperatura extremamente fria encontrada em boa parte da Patagônia permitiu a conservação natural de diferentes fósseis humanos e pré-históricos, que fazem do Chile um dos principais pontos para estudo de arqueologia do mundo. Visitando a Cueva del Milodón, é possível perceber um pouco do que esse isolamento de anos gerou. Em 1895, um alemão encontrou acidentalmente uma caverna com ossadas, pele e pedaços de um animal de grande porte, inicialmente não muito bem identificado.

Certo tempo depois perceberam que tratava-se de um animal extinto, o Milodón, um herbívoro com ao menos 2 milhões de anos de história. Com o frio da região, e dentro da caverna fazendo uma sensação térmica ainda mais baixa, boa parte dos fósseis estavam muito bem conservados, atraindo estudiosos do mundo. Acredita-se que o animal viveu por essa região no final do período Pleistoceno. Depois de mais pesquisas encontraram também ossadas humanas, datadas com mais de 8 mil anos.

Foto: Gustavo Albano
Foto: Gustavo Albano
Foto: Gustavo Albano

Estância Mercedes


Além das atividades de ski e snowboard, o Chile também é um dos principais destinos de inverno para quem busca por turismo rural (conhecido também como agroturismo). Fazendas e estâncias oferecem atividades no campo e vivência com os gaúchos da Patagônia, onde é possível praticar cavalgadas e conhecer um pouco da rotina dos nativos. Falamos sobre a experiência de agroturismo oferecida na Península Antonio Varas, em Puerto Natales, na publicação “Um dia com os gaúchos da Patagônia chilena“.

Foto: Gustavo Albano

* Essa viagem foi feita a convite da Chile Travel em colaboração com o Guia Viajar Melhor.

» Lugares para conhecer em Puerto Natales
» Patagônia: como viajar pela região de avião, ônibus e barco
» Os destinos turísticos mais procurados no Chile
» Chile lança Rota dos Parques da Patagônia, com 2.800 km de percurso

∙ Gostou das nossas dicas? Faça a reserva do seu hotel ou pousada aqui e encontre as melhores condições para as suas férias.

∙ Encontre dicas de viagens e as últimas notícias que foram destaques também em nosso Instagram. Acompanhe.


Fale com o Viajar Melhor: Deseja falar com a redação, promover a sua marca ou relatar algum erro encontrado nesta página? Envie uma mensagem para [email protected]

 

Rolar para cima